15 de Fevereiro de 2017, 11:02
Cachoeira, morros imponentes, mata fechada, paredões extremamente íngremes, trilhas quase verticais, pássaros, peixes, povo hospitaleiro e muita paz. Opção de lazer desejada por muitos e mais acessível do que se imagina. Tudo isso pode ser encontrado em Rio Negro, a 168 quilômetros de Campo Grande.
O município é uma das cidades sul-mato-grossenses que recebem o título Portal do Pantanal e tem belezas naturais ainda pouco conhecidas. Um dos pontos que tem atraído cada vez mais pessoas é a Cachoeira do Rio do Peixe.
Apesar de ser encantador, é preciso destacar que no local não tem água encanada, energia elétrica, ou comércios. Nenhuma infraestrutura para acampamento ou refeições. Mesmo assim, tem gente que não perde a oportunidade de dormir em barraca pelo menos uma noite por lá. É preciso estar bem preparado, levar água e alimento à vontade para não se preocupar com nada, só relaxar.
O lugar, que de carro fica a pouco mais de duas horas da capital sul-mato-grossense, também é muito conhecido como cachoeira de Fala Verdade, fica a menos de 20 quilômetros da área urbana de Rio Negro. A 150 metros fica a MS-340, estrada que bem mais a diante passa pelo distrito de Fala Verdade.
A estradinha de acesso à queda d'água é livre, apesar de ser propriedade particular. A família do simpático seu João, que mora ao lado da entrada, explica pacientemente aos novatos, que todos podem contemplar à vontade e qual a melhor forma para se desbravar o lugar.
Seguidas as orientações se chega à água que despenca pelo paredão rochoso de quase 70 metros: um show a parte. A aproximação da cachoeira é lenta e cuidadosa, para evitar surpresas e vertigens.
A água que cai de forma intensa, logo se acalma e segue o leito do rio de forma tranquila, quase na mesma porção de tranquilidade dos banhistas, que aos poucos são vistos lá embaixo. A próxima etapa é se juntar a eles.
A descida pode ser de rapel ou pelo único caminho disponível, do lado esquerdo do morro, entre pedras e vegetação nativa. Os primeiros 50 metros são tranquilos, mas aos poucos o cenário muda.
De repente a mata fica bem fechada, a umidade relativa do ar alta causa sensação térmica muito acima da temperatura registrada e as rochas usadas como degraus ficam bem mais altas e levemente escorregadias, na medida em que vai se aproximando do leito do córrego.
Quando enfim se chega à parte de baixo é preciso atravessar o rio caminhando sobre as pedras. Depois de descer pelo paredão, essa é a parte mais tensa da aventura. É preciso tatear as pedras e quando se chega a outra margem a água não é tão forte como parece.
Mais cerca de 100 metros de caminhada se chega aos pés da cachoeira. A superação de obstáculos, além de ser uma ótima atividade física, proporciona uma recompensa incrível. A visão é maravilhosa, inspiradora.
Depois de nadar bastante, brincar, registrar muitas fotos e contemplar a natureza se deixa a cachoeira do Rio do Peixe, com a certeza de que é preciso voltar mais vezes e conhecer outros lugares na região.
Rio Negro tem cerca de 5 mil habitantes. A cidade conta com três balneários, duas cachoeiras de grande porte e vários sítios arqueológicos com arte rupestre.
A administração afirma que a atividade mais forte no município é a pecuária, mas não gera muitos empregos. Já o turismo é considerado a maior fonte de geração de renda.
A prefeitura afirma que faz um estudo e até junho deste ano deve anunciar o valor dos recursos, que vão ser investidos na reestruturação e divulgação dos destinos turísticos da região.
Fonte: Marcos Ribeiro Da TV Morena / Foto: Thiago Fontoura/G1MS